Decidir ir a um psicólogo e pedir ajuda nem sempre é fácil! Há todo um estigma a combater: “Haverá doença mental?”; o desconhecimento de quem iremos encontrar, “Será simpático/empático?”; o próprio movimento de pegar no telefone e marcar o número é, por vezes, angustiante “Como explicar o que sinto?”.
Chegado o momento da consulta, “Como será o rosto de quem nos recebe? Como e por onde começar?”.
Abre-se, então, um espaço, onde a pessoa sente liberdade para expressar o seu pedido de ajuda, da forma que deseja e melhor entende.
O psicoterapeuta, na vertente dinâmica, vai ao encontro do sofrimento de quem o procura, e, respeitando a sua singularidade, ajuda a pessoa, através de um silencioso quadro teórico, a compreender melhor os seus sintomas, afetos e elementos da realidade, e a relação entre estes aspetos.
Daí, decorre uma proposta de intervenção terapêutica, onde se definem detalhes, tais como: periodicidade das sessões, tempo de duração de cada uma delas, os honorários, entre outros. É no entendimento comum de todas estas condições que se estabelece um contrato terapêutico.
Inicia-se, deste modo, uma “viagem” a dois, num espaço e clima terapêuticos únicos. O psicoterapeuta, no contacto com a dor dos desencontros interiores da pessoa, procura conter as suas angústias e encontrar a “verdade” da mesma. Promove as suas capacidades, fortalecendo adequados processos defensivos, e ajuda-a ultrapassar as dificuldades do dia a dia e a estar em sociedade, de forma mais equilibrada, estável e segura.
Tal como diz a personagem no excerto do filme “Divã”: “(…)Vida é falta de definição(…) Não tem a portinha certa, não há o mapa da mina, o mapa muda a toda a hora, a mina pode explodir a qualquer hora e em qualquer lugar (…) Tudo o que eu preciso é conviver bem com o meu desalinho e com as surpresas que a vida traz (… )”
… e a isso acrescentamos: não há uma resposta única, o que importa é estar bem no encontro consigo mesmo!
Fica um exemplo de um início e fim de um processo psicoterapêutico bem sucedido.
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https://www.telepsia.com/wp-content/uploads/2016/02/trecho_diva.mp4
Excerto do filme “Divã”, de José Alvarenga Jr., 2009
Filipa Machado Nobre e Maria João Abrantes (psicólogas)